Paradigmas da complexidade na formação continuada do professor de matemática: caminhos a serem trilhados para uma educação na era digital.

Esta tese envolve como temática a formação continuada do professor de Matemática do Ensino Fundamental frente às tecnologias digitais, visto o momento atual pelo qual a sociedade passa no século XXI. A pandemia de Covid-19 gerou ainda mais incertezas e mudanças nas práticas pedagógicas dos professores. Assim, tomou-se como objeto de estudo buscar subsídios que fundamentassem uma mudança paradigmática na formação continuada do professor de Matemática do Ensino Fundamental. Para tanto, elegeu-se uma educação inovadora e transformadora que acolhe as diferentes dimensões da pessoa humana, a partir da visão do pensamento complexo e, nesse processo, foram incluídas as tecnologias digitais com uma perspectiva diferenciada. Os pressupostos epistemológicos desta pesquisa fundamentam-se em Morin (2001, 2005), que propõe a reforma do pensamento para uma visão complexa e transdisciplinar, e na educação transformadora de Freire (1987, 2000, 2011), associando-se às metodologias ativas com o auxílio das tecnologias digitais. Optou-se por investigar como problema: quais elementos são fundamentais para a construção de uma proposta de formação continuada nas modalidades online, com o suporte de tecnologias digitais, oferecida junto a professores de Matemática do Ensino Fundamental, com vistas a apresentar os saberes que envolvem o paradigma da complexidade? Nesse sentido, tem-se como objetivo geral evidenciar contribuições dos professores de Matemática do Ensino Fundamental que frequentaram a formação continuada on-line proposta, em especial, levantando construtos que atendem ao pensamento complexo e às transformações nas suas práticas pedagógicas. Elegeuse para a pesquisa a abordagem qualitativa do tipo estudo de caso, utilizando para o levantamento de dados contribuições oriundas da formação continuada com professores da educação básica, a qual se pautou em pressupostos teóricos do paradigma da complexidade e da transdisciplinaridade. Destacam-se na pesquisa autores como Morin (2001, 2005), Freire (1987, 2000, 2011), Nóvoa (2017), Behrens (1996), Fiorentini (2007), Garcia (1999), Nicolescu (1999), Bacich e Moran (2015), Sá (2011), entre outros. A análise da construção dos dados baseou-se na análise de conteúdos de Bardin (2011) e nos pressupostos do pensamento complexo. Com o avançar da pesquisa, percebeu-se ser grande o interesse no pensamento complexo e transdisciplinar dos docentes de Matemática em relação às suas práticas. Foi apontada pelos participantes, em sua maioria, a necessidade de utilizar as metodologias ativas com o auxílio das tecnologias digitais, porém alertaram que é necessário ter cuidado para que essas tecnologias cheguem aos alunos carentes, bem como que os professores tenham suporte técnico para atuar na docência na era digital. Por fim, todos os docentes salientaram a importância de uma formação continuada transformadora e inovadora, que supere a concepção cartesiana, em busca de novas frentes numa prática docente relevante e diferenciada, tão necessária no século XXI para a atuação do professor de Matemática.